A Ética Comunitarista

Esta é uma «viagem no tempo, desde as éticas da modernidade, centradas no racionalismo e no individualismo, até aos anos 80 do século XX, quando começaram a surgir as primeiras propostas de uma ética comunitarista pelo punho dos seus principais representantes: Alasdair MacIntyre e Charles Taylor. Apoiando-se numa leitura crítica de textos canónicos da ética comunitarista, por um lado, e de textos dos pensadores liberais, como John Rawls, por outro, o autor postula que a ética comunitarista, ao reconhecer a inalienável dependência biológica e moral dos seres huma-nos uns dos outros no decurso de todo o seu devir histórico, e ao afirmar o primado do bem sobre o justo, é capaz de responder aos principais “mal-estares da modernidade”, que ainda hoje permanecem, a saber: o desaparecimento de horizontes morais pela vigência de um individualismo demasiado cioso da liberdade pessoal; a invasão da razão instrumental em todos os domínios da vida humana; e a perda de liberdade, que resulta não só da influência dos mercados e do Estado na vida das pessoas, mas também de um certo alheamento da participação política. Final-mente, o autor apresenta alguns caminhos para que a ética comunitarista se possa constituir como uma alternativa credível no domínio da cultura, da política e da educação nas sociedades ocidentais».